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sexta-feira, março 28, 2008

QUE HORAS SÃO ?

Quadrante solar em pedra, com base de escadas, da época romana.
Museu do Louvre - Paris

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O Tempo, uma dádiva da Mãe natureza, atribuído de modo igual, mas partilhado de maneiras diferentes...
(desconheço o autor...mas creio ser Suiço)

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Olhando para o presente, no que diz respeito à medição do tempo, e estou a falar de relógios atómicos de césio, digo-vos para já, que estamos perante uma realidade capaz de registar um atraso de UM segundo em cada QUINZE milhões de anos. Coisa pouca...
É de ficar perplexo, perante tamanha certeza e exactidão, ao sabermos que o relógio que trazemos no pulso, pode ter esta regularidade absoluta...e que só vamos ter de nos preocupar em não chegar um segundo atrasados ao emprego, daqui a 15 milhões de anos. Há coisas fantásticas...não há?

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Como já por aqui disse, entre muitas paixões, gosto de relógios ( única jóia que um homem pode usar ...e já agora , a única jóia que uma mulher pode oferecer ao homem) e por isso, este mundo fascinante da relojoaria "rouba-me" (leia-se enriquece-me) algumas horas de sono, e também alguns euros à carteira...
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Já agora, não sou relojoeiro, mas não me importaria de ser...talvez daqui a quinze milhões de anos ...para corrigir o "tal atraso de um segundo"

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É assim, que o homem, desesperado (conta a história), tentou desde remotos tempos, disciplinar-se na medição exacta do tempo.
E é por via desta vontade, que os primeiros vestígios dessa procura, remontam ao antigo Egipto. Grandes místicos, os antigos Egípcios, tinham por hábito nomear as horas do dia: e os sacerdotes, eram os grandes responsáveis pelo rigoroso cumprimento destas normas à HORA CERTA.
A primeira Hora do dia, era designada por BRILHANTE, ao passo que a sexta hora era a VESTIDA, sendo a primeira hora da noite A DERROTA DOS INIMIGOS DE AMON-RA. Este complexo processo, suscitou aos guardiões do tempo, o fabrico e desenvolvimento "científico", entre os séc. X e VIII A.C. de estudarem engenhosas medições, tendo em conta a altura das estrelas no céu.
Para realizarem esta tarefa "astronómica", empregavam um relógio de sombra, feito de uma régua fendida, e por dois esquadros munidos de um fio de prumo. Nesta base, fixando a estrela polar e com base em parâmetros já estudados e definidos, estes eruditos guardiões podiam assim estabelecer com rigor, os horários da vivência diária.
Como se sabe, através dos movimentos de rotação e translação da Terra, efectuados à volta do Sol, a Terra muda a sua posição em relação aos outros astros, em 365 dias e um quarto. E se esta medição, para os Egípcios, era útil, sempre foi através da história da relojoaria muito complicado, a grandes mestres, este ...quarto, para gerar medidores do tempo com rigor. Não é por mero acaso, que alguns relógios ostentam o título de COMPLICAÇÕES, ou até TURBILHÕES, tal é a complexidade da mecânica deles.
E foi assim, que os Egípcios, começaram este "tic tac", que hoje nos "stressa", quando chegamos atrasados, ou até quando nos adiantamos.
E foi ainda assim, que os Egípcios, numa constante luta pela disciplina e rigor do tempo, aperfeiçoaram os meios, e até abandonaram o GNÓMON, que não é mais do que o antepassado antigo do relógio de sol, na imagem deste "post" .
Depois...até aos nossos dias, foram histórias e horas complicadas...mas isso contarei outro dia, se o relógio do meu coração não parar...Livra!
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Nota: Em tempos publiquei neste Blog dois links interessantíssimos sobre relógios. Vale ...uma nova vista de olhos...e não se atrase, porque este Blog ...cumpre horários !

terça-feira, março 25, 2008

POEMA COM...OU SEM SABOR


POEMA COM... OU SEM SABOR
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Todos os dias acordo do sonho...
Todas as manhãs pergunto?
Todas as semanas conto os dias...
E todos os anos, os meses passam.
Na aguarela da nossa vivência
Encontramos sempre um tesouro...
Uns...são capazes de o abrir
Outros desconfiam da facilidade.
O mundo é assim...obsoleto
Quase quadrado giratório...
Meio a fingir...meio por enganar
É o universo insípido da forma.
Todas as pessoas são catálogo
Muitos convictos, metade interrogação...
A revolução acontece às escuras...
E os dias jogam aos pauzinhos!
É hoje...gritam os comunicadores
Nem pensar, dizem os cépticos...
O...pois...é florista falida
E a estrada é conversa adiada!
Política, sonho, discurso, palavra...
Quadros a óleo fragmentados
Labirinto de pensadores ditos
Enchentes tangenciais, cartazes...
É hoje...gritam os demagogos
Calma...rezam as carpideiras...
No fumo da poluição acaba-se
E o decreto provoca a panaceia.
Pasme-se, com o esgar torcido...
Glória arrancada a relógio de sol
Ensinos, economias, justiças...sei lá?
Sociedades adiadas à nascença.
Mais um evento, mais um rapto...
Ouro caído, petróleo penhorado
Notícias gordas de azeites enganados
E a sobremesa quente, corou...amarga!
Hoje...sonho as contas dos dias
Pergunto... duvidoso todas as manhãs
Conto as noites, no somatório da semana
E todos os meses, vejo o fim do ano.
in - Poemas (Outono) 2000
Nota: O título original deste escrito era - HOJE
Mudei o título (Hoje), para POEMA COM...OU SEM SABOR.
A razão, prende-se com o facto de esta "forma escrita" (citei), ter sido recusada por três elementos (num total de cinco jurados), por falta de qualidade, numa proposta editorial.

segunda-feira, março 24, 2008

A economia mundial...

(escultura de Nal Anders)

A economia ...Meu Deus....

domingo, março 23, 2008

PRIMAVERA

PRIMAVERA


Esqueci-me de dizer-te...
Que hoje iria ficar à tua espera!

... ... ... ... ...

Vagueei pelos horizontes da saudade...
Encontrei flores secas do teu mundo
E folheei uma a uma as folhas do teu segredo...
Hoje...amanhã...depois...
Era sempre assim que começava o desejo do teu olhar.

... ... ... ... ...

Percorria palavras simples
Para te dizer céus de azul...
E escondia medos e dúvidas
Das noites esquecidas
De afectos perdidos
E murmúrios por dizer.

... ... ... ... ...

Caminhava ao encontro dos teus olhos...
Segredava no teu corpo os prazeres únicos...
Do momento ímpar...
Depois...só depois...dizia-te...
Amar com amor...
E selava nos teus lábios a entrega do sol quente...e lua agitada.

... ... ... ... ...

Todas as palavras eram futuros longínquos...
E sabíamos que o momento não era ali...
O dia acabava sempre de braços caídos...
E perguntas de porquês infinitos.
Olhava-te na despedida de uma esperança nua...
E sentia o sabor da tua boca fresca.

... ... ... ... ...

Anulávamos distâncias...
Corríamos montanhas agrestes...
Torturávamos projectos adiados...
Gritávamos quereres e dizeres cravados de lágrimas...
E caíamos abraçados numa paz boa, mas frágil.

... ... ... ... ...

Era o recomeço do enleio...
No jardim de flores macias...
Onde os nossos corpos se colavam e perpetuavam juras ...
Envoltos nas pétalas de seda
Entre abraços envolventes
E cabelos soltos e ondulantes...

... ... ... ... ...

As palavras secavam o rio das paixões
E acabávamos extasiados e felizes.
Depois, vestíamos a esperança
Com o arco-íris da certeza...
E com os corpos molhados
Pela cacimba do nosso amor...
Apertávamos as mãos até a dor marcar
E dizíamos muito suave...
Até amanhã...amor?

in "Poemas" -OUTONO - 1974
(escrito na Primavera/74, no decorrer da guerra colonial - GUINÉ)