My music...

https://youtu.be/IhAFEo8DO2o

sábado, abril 19, 2008

De colocar os cabelos em pé....




Dúvidas...????


***



"Ler mais, é saber mais!"


Uma frase, original, e retrato fiél da cultura social de um povo.


Em Portugal, lê-se pouco...muito pouco!


Felizmente e anualmente (pouco), realiza-se a FEIRA DO LIVRO, num dos mais bonitos jardins da cidade de Lisboa. Parque Eduardo VII.


A notícia acaba de romper...e, pasme-se:


***





FEIRA DO LIVRO EM DISPUTA


A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e a União de Editores Portugueses, não se entendem.

Ambas pediram à Câmara Municipal de Lisboa, em separado, a organização das "suas" feiras do livro na mesma data (21 de Maio a 10 de Junho) e local ( Parque Eduardo VII).

À margem da disputa, mais de 60 editores e livreiros reuniram, e reiteraram a vontade de realizar o evento livreiro e cultural nos moldes habituais.

Por entre linhas de actuação, há já movimentos estranhos , a dizer que se favorece este...., esquece-se aquele...., este grupo agora é quem manda...e até acusações de um pretenso organizador, tratar "abaixo de parvos" os seus associados.


***


Meus senhores. Vamos lá a ver se a gente se entende!

Por favor, organizem-se!

Não nos roubem a FEIRA DO LIVRO...e muito menos façam política de capa e sebenta, com este evento cultural e económico. É simples. Se os livros estão caros, aqui produzem-se preços em conta. O mesmo será dizer, que a cultura está cara (infelizmente), e por aqui, sempre se conseguem uns Saldos Culturais enriquecedores. E bem precisamos!

Para quê "guerrinhas de quintais livreiros?"


***


A ver ( ou melhor - a ler ) vamos!

quarta-feira, abril 16, 2008

Duas mulheres...dois estilos !

Serigrafia da autoria de MALUDA
Col. QUIOSQUES de LISBOA
in "SELOS DE PORTUGAL"
1988

O Poema

...

O poema me levará no tempo

Quando eu não for a habitação do tempo

E passarei sozinha

Entre as mãos de quem lê

...

O poema alguém o dirá

Às searas

...

Sua passagem se confundirá

Com o rumor do mar com o passar do vento

...

O poema habitará

O espaço mais concreto e mais atento

...

No ar claro nas tardes transparentes

Suas sílabas redondas

...

( Ó antigas ó longas

Eternas tardes lisas)

...

Mesmo que eu morrer o poema encontrará

Uma praia onde quebrar as suas ondas

...

E entre quatro paredes densas

Defunda e devorada solidão

Alguém seu próprio ser confundirá

Com o poema do tempo

In "LIVRO SEXTO"

Sophia de Mello Breyner Andresen

1985


domingo, abril 13, 2008

Dedicatória

Foto de Bia Regina

Olhei pela vidraça do quarto do quintal...
.. ..
Lá fora brincavas no jardim colorido de prazer
Indiferente à preocupação de partir um dia...
Apanhavas uma flor e acariciavas a face...
Sorrias, olhando o céu redondo de azuis claros.
.. ..
Caminhavas lentamente e trocavas de passo
Corrias até à arvore tombada do vento
Sentavas-te em fingimento de baloiço...
E agitavas jeitos contrários dos cabelos soltos.
.. ..
Abraçavas na visão, o jardim das túlipas
Acariciando as tonalidades das pétalas vivas
E ajoelhavas-te na terra leve e fresca...
Arando com as mãos os veios do riacho.
.. ..
Envolvias o tempo restante com olhar infinito
E simulavas com o peito o coração alegre doado...
Rias do teu desempenho, como canção refrão...
Enquanto o vento do tempo, varria a esperança.
.. ..
Corrias largamente e voltavas a saltitar
Eras criança, mulher, menina beleza d' hoje
Felicidade apelido gravado e mantido...
E paravas no longe da pergunta soletrada.
.. ..
Rodopiavas o sentido fechado com as mãos
Circulavas em contra mão do desejo...
Enquantas gritavas a vontade de ser feliz
Na berma do jardim colorido das túlipas.
.. ..
Olhei...pela vidraça do quarto do quintal...
...e sonhei-te como em tempos passados...

in POEMAS - OUTONO - 2006
( dedicatória a uma amiga ...a quem a vida encurtou a esperança)