gentileza da net
Um dia destes, com um céu cinzento e vento forte, acolhi-me no recanto e recato de uma apresentação clássica de um disco...
Dizia o autor ...vamos ver se chega para pagar os custos... ???
- Enfim...misérias de uma cultura, nunca entendida...disse, como verdade, mas para suavizar o desalento da criatividade sempre pobre e, ansiosa...para que um dia possa ser diferente...quiçá...??? - Respondeu.
No decorrer da conversa, o autor confidenciou-me, que se inspirara na imagem do "silêncio paisagístico", para compor a sonoridade musical deste álbum.
Perguntei-lhe, se era sempre assim...??? Respondeu a sorrir...às vezes !
Regressado a casa, instalado no meu "canto silêncio", olho um quadro sem nome, feito "à desgarrada" entre a calma do céu azul e, o mar revolto...para ... na ânsia do papel cooperante...desenhar a apetência do meu sentir
Pergunto-te paraíso de falésia angular
Onde escondes ciclos de frios e medos
No olhar constante do infinito longe
No segredo do beijo mar recorrente?
Dizes-me...calma...forasteiro preocupado
Violador de pensamentos da natureza
Fotógrafo de sóis mágicos...por vezes
Fantasiador de sorrisos a pretexto.
Sento-me no colo da rocha moldada
Enfrento a brisa húmida na pela seca
Aperto as mãos frias do barlavento
E abraço a coragem das rochas alcantis.
Despeço-me no regresso obrigatório
E ainda ouço o teu apregoar surdina:
- Vem sempre, desconhecido viajante
Adorna a tua urbe, no afago do meu sal!
Momentos - OUTONO - 2007