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sábado, maio 15, 2010

Nas pedras roliças da praia…

Pequeno extracto ...de um conto ensaio...




Nas pedras roliças da praia…olhava o beijo das águas…num constante abraço…feito vida “ad eternum”.

Mesmo ao lado, no seco espaço areia , um chorão ainda não tinha acordado…e libertado o odor da flor fascínio…no eclodir de um sol a medo.
Aconchego o passo…e, extasio-me num estuário desconhecido…onde navegam epopeias de gerações feitas, de e no mar. Pergunto-me constantemente…onde reside a beleza eterna desta tela natureza?

Apenas o ruído de uma gaivota em fuga…cantando amores de um ninho deixado à pressa…me obriga a olhar o céu melancólico…onde as nuvens nem hospitalidade oferecem.




Mãos nos bolsos, máquina de fotografias ao pescoço…recordo ainda as últimas notícias …agravantes de um sistema…cada vez mais deficiente.

Refresco-me na fonte que brota sem jeito da falésia…e, sorrio ( o primeiro do dia ) a água é doce….com sabor a beijo fresco. Lavo as mãos…borrifo o olhar…e enleio os cabelos já grisalhos…num pentear quase tique.

Não me apetece fazer nada…e, tenho tanto para fazer. Chego-me junto das águas cadenciadas…e. apetece-me descalçar…entrar mundo dentro deste mar amante…e. deixar-me afogar nas carícias envolventes de águas sedentas de corpos. Sento-me na areia húmida…descalço-me…arregaço as calças…deixo-me cair e só o bater seco da máquina na areia me desperta. Lanço o habitual….BOLAS!!!! …..e seco-a de imediato. Quase que me apetece beijá-la. Em pouco tempo transformou-se na minha amante curadora de memórias, que ouso chamar minhas. É como roubar ao envolvente…o direito de privacidade.



Neste “falar” interno, neste monólogo forçado, nem me apercebo da tua chegada. Não me falas…não dizes nada, olho-te e vejo-te uma lágrima…correr no rosto. Apresso-me a secá-la com um beijo doce como sempre…e, uma pétala silvestre de um malmequer branco…faz-me uma cócega…e deixa soltar um “desatinado” segredo:

- Como é que queres beijar a saudade?

De braços caídos…sorrio-lhe…e, agarro-a quase em força. Retenho-a na mão fechada…depois deixo-a respirar…abrindo vagarosamente a mão. Ouço outro segredo…::

- Queres-me levar ?

Perante o meu acenar afirmativo…

- Muito bem. Coloca-me na página do livro, que ainda não escreveste…sonha que um dia serás escritor de sonhos…enquanto sonhares…e, seca-me a cor…nunca o odor…

- Muito receoso…pergunto:

- E posso chamar-te... amor?

- Podes…se o soletrares muito devagar…

- Porquê ?

- Para teres tempo …




in MOMENTOS - by OUTONO - 2010

terça-feira, maio 11, 2010

Arde um sonho...



Arde um sonho no meio horizonte...que banha o rio
Rio que anseia o encontro do sol ...que corre amanhã
Amanhã que tarda em fôlego...dito, sentido...palavra
Palavra que não diz... sou...no espelho verdade razão.



Razão de tanto...razão de rimar ...partilha de sentir
Sentir uno, factos...momentos abraço...horas
Horas, apelos...enleios, sorrisos humildes ...segundos
Segundos...que voam...marcam...e não ditam o poema
Poema que se esvai...que se esquece...no silêncio...mar!


in - MOMENTOS - by OUTONO - 2010