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https://youtu.be/IhAFEo8DO2o

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

AUSENTE




quase brincadeira de menino ávido
o vento baila com as folhas do meu diário
e apaga as palavras que não existem
como um passar indiferente
resto-me na calma do tacto para lá do mar
enquanto tento neste lugar oposto
ouvir as rimas apócrifas que nem ousaste
e os sorrisos que esqueceste por querer
nas carícias que ousas dizer oníricas
nas liberdades evocadas de ti como segredos
na altivez da censura como argumento
no esgrimir pendular do insensato
que o rasgo do teu longe casulo
seja um partir onde te banhes feliz
por aí nesse talvez do teu tempo
porque o meu sempre foi teu
e nunca o avistaste ou sequer ancoraste


in MOMENTOS – José Luís Outono – 2010 – ( a publicar)

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

SIMETRIAS IMPOSSÍVEIS ?



desejei-te um verbo promissor
cresceste no seu conjugar
e esqueceste o presente
em passados nunca sepultados
porque vivos de negações
caminhos cruzados de dores
onde rasgas o cetim
do nosso texto
em páginas ditas separadas
de fugas sem futuros
nem condicionais

o pretérito perfeito
perde o mérito da saudade
em sequelas e inventos
sem eco coerente
nem pontuação que faça crédito
ou términos aliviadores
de exclamações
nunca interrogações
ou leituras gizadas de imagem
onde perguntas...eu respondo
eu pergunto e tu...não respondes



in MOMENTOS - José Luís Outono - 2012 - (a publicar)