FALÉSIA MOLDURA
(José Luís Outono)
- excerto-
Gosto de sulcar-te, falésia eterna do meu tacto em esforço
calmo.
Desafio-me na oscilação dos ventos. Ignoro-me nas alturas do teu mimar,
e respondo-te em laços de respiração contida a dois,
talvez, único código da íris denunciadora de um avistar cúmplice.
Mais logo, no recanto atapetado da montanha, com o sal da vetustez
dos luares infinitos, apenas o silêncio oculta o "silvo" de um intento continuado;
gizar com o dedo, no teu corpo húmido, em escrita desalinhada:
- ... gosto das tuas aulas, quando me ensinas o alfabeto das cores,
e eu brinco com a pontuação das vogais...
Desafio-me na oscilação dos ventos. Ignoro-me nas alturas do teu mimar,
e respondo-te em laços de respiração contida a dois,
talvez, único código da íris denunciadora de um avistar cúmplice.
Mais logo, no recanto atapetado da montanha, com o sal da vetustez
dos luares infinitos, apenas o silêncio oculta o "silvo" de um intento continuado;
gizar com o dedo, no teu corpo húmido, em escrita desalinhada:
- ... gosto das tuas aulas, quando me ensinas o alfabeto das cores,
e eu brinco com a pontuação das vogais...
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2013
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)