Sintam-se convidados. Será uma honra!
POR VEZES,
HÁ UMA NECESSIDADE
DE ESCREVER...
José Luís Outono
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
My music...
https://youtu.be/IhAFEo8DO2o
sexta-feira, dezembro 11, 2015
sábado, novembro 28, 2015
POR VEZES
POR VEZES
- José Luís Outono -
( excerto)
por vezes apetece inverter as cores
num esperançar de ver receios abraçar coragens
e os medos sorrirem como separadores dialogantes
nas muralhas bélicas da loucura sem definição
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2015
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
segunda-feira, setembro 28, 2015
MARÉS
MARÉS
- José Luís Outono -
(excerto)
gosto tanto de respirar-te
sentir o teu iodo ameno
e segredar-te marés d'ontem
navegações d'hoje
e aguardar-te ansioso amanhã
não
este devaneio ninguém me rouba
ou encena em cláusulas impostoras
redigidas com olhares cegos de obediência
vulgo teimosias de um domar encoberto
gosto tanto de respirar-te
e sentir-te livre
como a minha vontade
de acordar sem sobressaltos
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2015
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
terça-feira, agosto 25, 2015
DESCULPA
Desculpa...
Queria escrever-te uma carta neste final de dia, onde rompesse os receios e escrevesse amor, com um sorriso reconfortante.
Mas não sou capaz.
Nesta mudança de parágrafo, olho para o Mediterrâneo e vejo sepulturas aquíferas, nas águas de fugas sem destino.
Vejo crianças com choros questionadores, sem brinquedos para partilhar e quantos colos sem serem pertença directa.
Vejo mulheres e homens, que buscam o lado natural de um viver, e lutam numa guerra indefinida, sem coordenadas, ou sóis rubricadores de possíveis jardins.
Vejo esforços, mãos, discursos, apelos...mas muitas indefinições que me boicotam um final de dia tranquilo.
Vejo tanto amor esbanjado, países e lavagens nas encostas de torres luxuosas, pontapés que erguem ouros, diamantes, estruturas, páginas e comunicados acesos, quando simples colheres de pau, alguns tachos, alguma fruta, algumas pescas perdidas, algumas hortas floridas e simples nascentes, eram suficientes para regar a fragilidade de quem foge, para tentar morrer um pouco mais tarde. Porque no deserto do nascer deles, o verbo viver é um inútil esforço.
Desculpa meu amor. Hoje não consigo colorir o final do dia, quando vejo mundos feridos de irregularidades, entre guerras obscuras e contos de almejos vendidos nas praças dos interesses ao desbarato da conveniência.
Custa-me ver estas contabilidades de milhares salvos, não sei de quê, contra milhares de mortos, não sei porquê.
Sei que amanhã o cenário vai ser o mesmo...oxalá como realizador me enganasse no enredo e abrisse um novo plano sedutor.
Desculpa, hoje as minhas palavras são preocupantes. Há matemáticas, que não entendo. Teorias que não vislumbro. Filosofias muito duvidosas. Magias denunciadoras. Marketing maldito... do venha a mim, porque os outros terão de esperar.
É este o mundo, que vamos deixar aos nossos filhos e aos nossos netos?
Será que fazer amor, ainda é um acto lógico de crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade...ou será apenas um mero exercício dos tempos da maçã de Adão e Eva, para não esquecer...e depois logo se vê.
Desculpa meu amor, mas hoje mergulhei em águas sofredoras e estou muito pensativo. Lembras-te? As mesmas águas onde já mergulhámos felizes, são hoje cemitérios ou corredores de sofrimento. Impossível !
Desculpa.
José Luís Outono
( ao abrigo dos direitos de autor)
Mas não sou capaz.
Nesta mudança de parágrafo, olho para o Mediterrâneo e vejo sepulturas aquíferas, nas águas de fugas sem destino.
Vejo crianças com choros questionadores, sem brinquedos para partilhar e quantos colos sem serem pertença directa.
Vejo mulheres e homens, que buscam o lado natural de um viver, e lutam numa guerra indefinida, sem coordenadas, ou sóis rubricadores de possíveis jardins.
Vejo esforços, mãos, discursos, apelos...mas muitas indefinições que me boicotam um final de dia tranquilo.
Vejo tanto amor esbanjado, países e lavagens nas encostas de torres luxuosas, pontapés que erguem ouros, diamantes, estruturas, páginas e comunicados acesos, quando simples colheres de pau, alguns tachos, alguma fruta, algumas pescas perdidas, algumas hortas floridas e simples nascentes, eram suficientes para regar a fragilidade de quem foge, para tentar morrer um pouco mais tarde. Porque no deserto do nascer deles, o verbo viver é um inútil esforço.
Desculpa meu amor. Hoje não consigo colorir o final do dia, quando vejo mundos feridos de irregularidades, entre guerras obscuras e contos de almejos vendidos nas praças dos interesses ao desbarato da conveniência.
Custa-me ver estas contabilidades de milhares salvos, não sei de quê, contra milhares de mortos, não sei porquê.
Sei que amanhã o cenário vai ser o mesmo...oxalá como realizador me enganasse no enredo e abrisse um novo plano sedutor.
Desculpa, hoje as minhas palavras são preocupantes. Há matemáticas, que não entendo. Teorias que não vislumbro. Filosofias muito duvidosas. Magias denunciadoras. Marketing maldito... do venha a mim, porque os outros terão de esperar.
É este o mundo, que vamos deixar aos nossos filhos e aos nossos netos?
Será que fazer amor, ainda é um acto lógico de crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade...ou será apenas um mero exercício dos tempos da maçã de Adão e Eva, para não esquecer...e depois logo se vê.
Desculpa meu amor, mas hoje mergulhei em águas sofredoras e estou muito pensativo. Lembras-te? As mesmas águas onde já mergulhámos felizes, são hoje cemitérios ou corredores de sofrimento. Impossível !
Desculpa.
José Luís Outono
( ao abrigo dos direitos de autor)
quarta-feira, agosto 19, 2015
segunda-feira, julho 27, 2015
PÉTALAS PRATA
Pétalas prata
Cumpliciei o teu anoitecer, lânguido tormento da saudade, que exarou o regresso à
nascente.
Nas pétalas prata do teu dormir, cuidei do envolver suave até ao sopro do beijo voo.
Os deuses das tuas metáforas bebem agora a espuma do sigilo, em ânsias regimentais
únicas.
Gostei da comoção táctil do teu segredo e confidenciar o meu ousar numa loucura
mergulho, que elegeste.
Bem-hajas sibilo natureza, por abrires as portadas da minha leitura salina.
in MARGINÁLIA - col. poesia
José Luís Outono - MAIO / 2015
edita-me.pt
domingo, junho 21, 2015
RECENSÃO LITERÁRIA da ILUSTRE ESCRITORA - Dra. GRAÇA PIRES, SOBRE O LIVRO «MARGINÁLIA».
«MARGINÁLIA»
ANTOLOGIA DE POEMAS, COM OS AUTORES
CECÍLIA VILAS BOAS, EDGARDO XAVIER, FRANCISCO VALVERDE ARSÉNIO,
JOÃO MORGADO, JOÃO CARLOS ESTEVES, JOSÉ BRITES INÁCIO,
JOSÉ GABRIEL DUARTE, JOSÉ LUÍS OUTONO
RITA PAIS e TEREZA BRINCO OLIVEIRA
A escritora já premiada Dra. Graça Pires, comentou:
MARGINÁLIA
(Antologia)
Poetas são vozes que não desistem de anunciar os tesouros
que se escondem no barro da nossa condição.
Miguel Torga, Diário V, 1951
Venho apresentar uma antologia. Dez poetas. Vozes partilhadas
a pretexto da poesia. Apoiadas na força e emoção das palavras e, talvez, na
construção de uma memória.
Vou falar de poesia. Manuel Gusmão dir-me-á:
“Incerta
chama
e desde logo esse fragmento da língua estremece e se
desdobra”[…]
Dez poetas. Dez vozes singulares. Uma antologia.
Marginália
Poemas que se querem margem. Poemas à margem das regras, da
moda, dos preconceitos. Poemas na margem dos livros que escreveram. Na margem.
Como se cada poema fosse um rio de água doce e cada verso desejasse saciar a
sede dos leitores. Como se cada poeta fosse um trovador itinerante a ocupar as
margens com um aceno no olhar. Como se, ao poema, nada mais fosse possível do
que a misteriosa realidade da sua concepção como linguagem poética, com tudo o
que a define e a reinventa.
Permiti-me tomar a antologia como a transparência de um
dizer que produz imagens com diferentes formas.
Vagueei por ela com a promessa de me encontrar nos temas
onde se demoraram os meus olhos.
Procurei entender a particularidade de cada poeta, de
cada poema, e percebi que o equilíbrio da apresentação de uma antologia deste
género, em que o título que a engloba faculta uma clara liberdade aos autores,
me permitia agregar alguma convergência temática onde concentrei a minha
atenção. É no contexto dos temas Amor e
Silêncio que comento cada poeta.
Dos ecos da tradição lírica portuguesa surge-nos sempre o
Amor como um ritual a que a poesia não é alheia e também o Silêncio, porque o
poeta é um persistente desafiador de silêncios. Não para calar o que sente, mas
para encontrar a voz com que potencia a sua expressividade. Ao ler estes
poetas, lado a lado, destaco de forma aleatória e sucinta o seguinte:
Rita Pais fala-nos da sedução do amor. O corpo inteiro
numa entrega. […] Quero no meu corpo/ os
movimentos, ondulantes/ que contorcem o teu/ na voracidade desta música/
felina/ entranhante/ estonteante/ ardente […] (p. 142). É o rumor dos
sentidos a fervilhar no sangue.
Em contraponto, a autora quer que o silêncio se quebre.
[…] Diz: Preciso da palavra de precioso
veludo/ pronunciada num passado ainda presente. […] (p.135). A autora quer um
silêncio habitado por outras lembranças. […] E continua: Expulso todas as palavras gastas/ que me esgotam./ Invento um léxico
paralelo/ que me pacifica. […], (p.136). Ela, a autora, quer um silêncio
que a deixe ouvir a vida.
Com Francisco Valverde Arsénio nos questionamos […] Será o amor uma emoção perpétua ou um estado
inabitado onde se mendigam as paixões? […] (p. 49). O poeta sabe, como
todos nós sabemos que o amor não se define. Sente-se. Conquista-se. Ganha-se e
perde-se.
Sabe também que o silêncio é um vínculo entre a
imaginação e a memória. E diz: Tenho
pressa em libertar este poema clandestino, sinto-o agitado neste silêncio
profundo, neste hiato vazio, neste espaço sem som. […] (p. 52). É um poeta
que anseia uma rua larga para os seus poemas. Talvez isso justifique a sua prosa
poética.
Nesta mesma linha de reflexão podemos ler José Gabriel
Duarte. Não sei justificar/ mas existe
amor. […] Talvez o amor/ não se
explique/ seja dogma/ ou talvez sexto sentido/ itinerante. […] (p.108) O
poeta a mostrar-nos a sua perplexidade sobre uma sensação tão complexa, e a estabelecer
a analogia entre a emoção e o racional.
Contudo, ele tinha um silêncio que teimava em habitá-lo e
[foi] contando os dias/ esquecendo os
anos/ marcando os instantes/ saboreando as horas […] Depois [procurou] entre as folhas soltas/ a página ainda
dobrada/ onde o poema nasceu/ e o verso cresceu. / Quando as palavras/
começaram a falar. (p.110-111). O silêncio é aqui a trama onde se tece a
fala do poema.
Há quem opte por fazer do amor uma escrita de corpo
inteiro. […] Corremos de mãos dadas até
ao rio/ como uns loucos apaixonados […] (p.19) diz-nos Cecília Vilas Boas,
adiantando noutro poema: Inteira, despida
me entreguei/ Quase morri de amor…[…] (p.23) No universo aqui construído há
lugar para o sonho associado ao prazer amoroso. E o silêncio entrelaça esses
sonhos como uma forma de abrir as portas às palavras luminosas. Absortos no silêncio/ escutamos no vento a
voz das nossas almas […] (p. 21) e diz ainda […] Lavrei em mim vales profundos, encantados/ e num silêncio volátil, tão
meu,/ quase alcancei o etéreo querer, tão puro, sonhado. (p. 22). Uma
poesia que é musical neste encantamento.
José Luís Outono diz-nos, em dois versos apenas, o tanto,
o quase tudo que o amor envolve. Tentei
escrever amor, com as letras mais simples./ Consegui apenas uma tormenta de
conjugações. (p. 122). É o sentimento do amor tão complicado quanto apetecido
e redentor.
Mas o poeta usa também a ferramenta da escrita para
mostrar que não é uma voz passiva sobre o que acontece à sua volta e faz do
silêncio um grito […] ouviram-se
rasgares/ confusos de palavras, como flores secas/ de um deserto sempre fútil,
ele nos diz (p.126). E porque perturbante é o mundo, prossegue […] Murmuram-se silêncios em traços
perturbadores […] (p.128). E as
cartas do louco baralho continuam a ditar sorte e cortes, como a semente
daninha, que tem direito a viver, argumentam […] (p.123). Um silêncio onde
se encontram pressentimentos e alarmes do coração deste poeta atento ao rumor
dos dias.
Há uma escrita onde o amor apenas se lê nas entrelinhas,
ou nos monólogos dialogados, apostando no poder sugestivo das imagens. É a de
João Carlos Esteves que o faz em poemas contidos como este: […] paixão é um instante/ que percorre as veias
e se aloja/ nas raízes do meu silêncio. (p.65). Silêncio, esse, que tem que
ser demorado para conter o brilho do olhar. Podemos lê-lo: Não me fales das gotas da chuva tombada no solo…/ tenho as mãos áridas/
e alma dormente na secura do silêncio […] (p. 63) ou ainda: Já só me encontro nos silêncios/ de
paisagens vazias de vozes e rostos […] (p. 64). Como se o autor riscasse na
voz um silêncio de fuga.
José Brites Inácio apenas no seu poema Amor guerreiro nos revela: […] apetecer-me-ia escrever uma carta de amor/
como as que amadurecem damascos […] (p.92). Um poema, todo ele, de amor e a
não ignorar a dimensão afectiva do quotidiano. Atento à Natureza e à Vida
pede-nos silêncio dizendo: Tenho visto o
silêncio, escrito por aí, recitado além/ e também dançando sem regra sob
magnólias floridas […] Inebriei-me
desse silêncio côncavo que me não largou mais,/ limpei à pressa duas lágrimas
intrigadas de abandono […] (p. 94-95). Senti a nostalgia do poeta, mas
gostei de ler noutro poema: Para mim e
para a minha janela são as aves que trazem os dias […] (p. 96)
Existe um erotismo sóbrio nas metáforas de João Morgado.
Logo no primeiro poema podemos ler […] Vem,
seduz o meu corpo/ sorve a haste sob o lençol/ […] e verás o meu corpo/ erguer-se
aprumado ao sol/ mostrando a força da espiga. (p. 77). O sentido das
palavras a desvendar intimidades, desnudando-se sem hesitações. Mas o poeta vê
o silêncio como um ritual de acertos e desvios. No seu poema intitulado Silêncio, diz-nos: Há o silêncio dos que se encontram./ Há o silêncio dos que se afastam./
Não, por favor, nada digas…/ Se chegas, não preciso de palavras/ Se partes/ de
que me servem as palavras? (p.83). Um silêncio onde tudo é,
simultaneamente, sede e fonte, começo e desenlace.
No mesmo rumo de um amor sem margens está Edgardo Xavier.
Ouçamos: Toco-te/ vibro na promessa/ de
um amor pleno/ e gemo a sedução/ do teu corpo nu […] (p. 39) ou no
belíssimo verso Só o coração percebe a
tua mão estendida […] (p. 40). Dois excertos de uma amor-paixão feito prece
e dádiva. Na maturidade dos seus versos, procura pelo silêncio, o trilho por
onde se enredam os afectos. Sei do raspar
das palavras/ por todos os sentidos […] (.p. 35) refere, porque ele [sabe
também que] caminhos sem nome/ Atravessam
a febre das plantas e o hálito da terra. […], p. 37. Muito bela também esta
poesia.
Teresa Brinco Oliveira desdobra-se no interior de si
mesma como se amar fosse o seu lado
oculto, título que dá ao poema que cito: […] Sou essa que tem face mas sou a outra também./ […] Sou o imaginário do que não digo, o mistério
do que desejo […] (p. 151). É um ser na duplicidade do sentir. A tentar
desocultar as sombras do olhar. E solitário me soou o seu silêncio quando diz Soçobram memórias orvalhadas/ do tempo em
que os deuses em mim colhiam flores […] p. 153 e mais à frente: Longe vai o tempo e a demora não traz a luz
[…] (p. 155), É quando me silencio que
renasço […] (p.159). São versos a completar o sentido uns dos outros e
mutuamente se inquirindo.
Podia citar outros excertos igualmente significativos
nesta película de Amor e Silêncio. Podia escolher outros temas: a natureza, o
tempo, os instantes, o que se apressa o que tarda, a paisagem as sombras, a luz,
e o assombro de tudo a revestir o esteio que acolhe os versos.
O exercício desta escrita intensifica-se com a íntima
viagem dos poetas para cumprirem a interior travessia do sentimento.
E diremos todos com Sophia: “no quadro sensível do poema vejo
para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu reino, a minha vida.”
Parabéns a todos pelos vossos poemas e que este vosso
encontro seja interminável.
Obrigada.
Graça Pires
30 de Maio de 2015
terça-feira, junho 02, 2015
NOVO LIVRO - MARGINÁLIA
Foi apresentado no passado dia 30 de Maio 2015
Fundação José Saramago - LISBOA
Excerto do "Não-prefácio" de MARGINÁLIA:
Fundação José Saramago - LISBOA
Excerto do "Não-prefácio" de MARGINÁLIA:
"Unimos dez nomes, dez sensibilidades, dez identidades, dez formas de sentir, dez vontades. Nem todos nos conhecíamos. Nem todos nos havíamos sequer encontrado nas palavras. Mas ousámos conjugar-nos. E aventurar-nos numa navegação sem bússola por oceano desconhecido, com a única certeza de que uma enseada onde habita a poesia nos acolheria as diferenças. Nela fundeámos dez marginálias distintas. As nossas, que sublimámos de «coisas que estão à margem» em «coisas que marginam»: o discurso, o vocábulo, a rima, o verso, o deslizar poético.
Somos dez interpretações de um mesmo livro. Dez leituras de um mesmo objectivo. Dez definições de um mesmo desejo."
Cecília Vilas Boas, Edgardo Xavier, Francisco valverde Arsénio, João carlos Esteves, João Morgado, José Brites Inácio, José Gabriel Duarte, José Luís Outono, Rita Pais e Tereza Brinco Oliveira
segunda-feira, maio 18, 2015
NOVO LIVRO - MARGINÁLIA
Dia 30 de Maio /2015 , será apresentado este projecto da união de dez nomes, aos quais, orgulho-me de pertencer.
Fundação José Saramago
Lisboa
Pequena nota do "NÃO-PREFÁCIO"
"Unimos dez nomes, dez sensibilidades, dez identidades, dez formas de sentir, dez vontades. Nem todos nos conhecíamos. Nem todos nos havíamos sequer encontrado nas palavras. Mas ousámos conjugar-nos. E aventurar-nos numa navegação sem bússola por oceano desconhecido, com a única certeza de que uma enseada onde habita a poesia nos acolheria as diferenças. Nela fundeámos dez marginálias distintas. As nossas, que sublimámos de «coisas que estão à margem» em «coisas que marginam»: o discurso, o vocábulo, a rima, o verso, o deslizar poético.
Somos dez interpretações de um mesmo livro. Dez leituras de um mesmo objectivo. Dez definições de um mesmo desejo."
Somos dez interpretações de um mesmo livro. Dez leituras de um mesmo objectivo. Dez definições de um mesmo desejo."
sábado, maio 02, 2015
NOVO LIVRO - MARGINÁLIA
MARGINÁLIA
Um livro, dez autores, dez sensibilidades de escrita.
Brevemente, numa livraria perto de si.
quinta-feira, abril 02, 2015
INSÓNIAS TEMPORAIS
INSÓNIAS TEMPORAIS
- José Luís Outono -
no fogo da insónia
leio páginas de um livro recluso
de pausas crepitantes de saudade
e cego-me num sonho apenas volátil
no sopro das brisas orvalhadas
do outro lado da vidraça
vejo uma andorinha que brinca
num voo desassossegador
no mando dos tempos
in MOMENTOS - José Luís Outono - 1999
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
quinta-feira, fevereiro 19, 2015
ARGUMENTOS ÂNCORA
- José Luís Outono -
âncoras pálidas e inseguras
nos contornos da ferrugem dano
praga de olhares descuidados
desonra de lutas e argumentos
em discursos vitória
âncoras e memórias
de corpos provocantes
de sereias incertas
em oceanos teatrais
e afectos fingidos
âncoras perdidas
nos areais esculpidos
pelos ventos inconformados
nas lutas oscilantes
contra falésias arrogantes
âncoras esquecidas
nos passos ocultos
da procura intemporal
na ânsia de trazer memórias
ao som de ecos presentes
âncoras austeras
espelhos prata longínquos
nos escuros de ontem
que amanhecem sempre
in MOMENTOS - José Luís Outono - 2015
(ao abrigo dos direitos de autor - S.P.A. 106402)
segunda-feira, janeiro 05, 2015
VOOS EXAUSTOS
VOOS EXAUSTOS
- José Luís Outono -
segredos intangíveis de
voos exaustos
entre a claridade dos
trovões amigos
e as auroras nubladas
de um diálogo almejado
ciclos de estados
feéricos
e ondulações
transitórias
nos espelhos prata de
cada turno mareante
reservas empedradas de
calmos pensamentos
férteis em jardins
selvagens
onde brotam convites
para um esboçar testemunho
in MOMENTOS - José
Luís Outono - 2015
(ao abrigo dos
direitos de autor - S.P.A. 106402)
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